NOVA YORK (Reuters) - Roger Ailes, que se tornou uma das figuras mais poderosas da política e da mídia norte-americana ao transformar o canal de televisão Fox News em uma voz enfática dos conservadores antes de cair em desgraça por acusações de assédio sexual, morreu aos 77 anos de idade.
Ailes trabalhou como estrategista de mídia para os presidentes republicanos Richard Nixon, Ronald Reagan e George H.W. Bush antes de lançar a Fox News em 1996.
Sua esposa, Elizabeth, disse em um comunicado nesta quinta-feira que ele foi um patriota profundamente agradecido pelas oportunidades que o país lhe ofereceu. Ela anunciou a morte em comunicado, mas a causa não foi imediamente esclarecida.
Como fundador, presidente do conselho e diretor-executivo da Fox News, Ailes se transformou em uma das figuras mais influentes do Partido Republicano, e a rede teve papel essencial na campanha vitoriosa do presidente Donald Trump em 2016.
Desde o princípio Ailes demonstrou uma visão claramente conservadora para o rumo que quis para a Fox, levando o canal ao topo da audiência da TV a cabo e tornando-o uma grande fonte de lucro para o império midiático do grupo Twenty-First Century Fox de Rupert Murdoch.
Mas as acusações a respeito da maneira como Ailes tratava as mulheres foram sua ruína.
Em julho de 2016, Gretchen Carlson, uma ex-Miss norte-americana que participou do popular programa matutino "Fox and Friends" antes de ganhar sua própria atração, o processou, acusando-o de fazer insinuações sexuais e prejudicar sua carreira ao se ver rejeitado.
Duas semanas depois, Ailes foi afastado da emissora com uma indenização milionária. Pouco depois ele começou a atuar como conselheiro da campanha de Trump.
A Fox News está enfrentando vários processos de discriminação racial e abuso sexual de âncoras atuais e antigos e outros funcionários.
Em outro caso, a ex-apresentadora da Fox News Andrea Tantaros disse que Ailes e a rede a espionaram e hackearam seu telefone e computador depois que ela se queixou de assédio de Ailes.
(Por Jessica Toonkel)